Quem nunca ouviu
certamente ainda terá a oportunidade de ouvir falar sobre a história da lagarta
que vira borboleta. Este fenômeno físico-biológico é sem dúvida
interessantíssimo e nos ajuda a refletir sobre diversos aspectos da vida, entre
eles: o de que ninguém será 100% imutável ao longo da vida. A vida é um
processo. Os que resistem a certas transformações podem sucumbir com o passar
do tempo, mas uma coisa é certa nem toda mudança é bem-vinda, pois depende do
que ela traz no seu bojo.
Velhos pensamentos que estorvam que prejudicam precisam ser refutados do imaginário com novas práticas. Aliás, a árvore não seria nada se não fosse à raiz e antes que se vejam os frutos ela está lá escondida. Os resultados que obtivemos são reflexos diretos de nossas escolhas. Não insurgem do nada ou será que insurgem?
A sociedade obteve diversas transformações em todos os setores, mas e o ser humano será que em matéria comportamental transformou-se para melhor? Ora, é evidente que se transforma transformando para chegar à transformação a qual se deseja ou ao menos deveria desejar. Esse transformar-se seria mais ou menos como o processamento (entrada-processador-saída) da informação na área da informática. O código já existe, o comando nos é dado por fatores externos ou internos cabendo o processar a informação e impelir a um resultado de ordem externa, a saída.
Entretanto, o próprio meio impele alguns seres a se transformarem ou a acostumarem com as transformações quer seja no imperativo afirmativo, quer seja no negativo. Uma coisa é certa: há coisas que ocorrem independentemente de nossa vontade. Um exemplo é a educação de filhos. Quantos pais e mães estão completamente perdidos, desorientados quando o assunto é educar filhos. Perdem para uma criança de 5, 6 anos de idade que colocam o adulto à baila e este ficando refém do seu querer. As mudanças ocorreram, num passado não muito distante, a educação dos filhos parecia vir em primeiro lugar, antes dos mimos, paparicos, do excesso de amor. Parecia ser prioridade educar. Hoje é visível pais presentearem o tempo todo como forma de compensação de ausência. Gravíssimo erro.
Bom, a saber, este é apenas um aspecto das transformações que aí estão, são recorrentes por vezes. Mas a indagação que fica é: é difícil a sua transformação? Para melhor é claro? O jogo dicotômico está sempre presente. A vida é um curso de longa duração, porém, uma decisão e a mudança interior podem durar toda a vida. É necessário ser melhor que ontem, é necessário sacudir a poeira alojada na alma, dar a volta por cima e dizer: a minha transformação começa hoje. Serei borboleta e não mais lagarta.
Amarildo Brilhante, 41 anos, é professor de Língua Portuguesa e Ética da Etec de Araçatuba e Inglês na Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo, em Araçatuba/ SP. Formado em Direito, Letras, técnico em Contabilidade e Técnico em Informática.
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