Quarta-feira - 02/05/2007
- 00h01
A educação tornou-se um
problema crônico. É, portanto, símbolo da incompetência de sucessivos governos.
E quem quiser corrigir as distorções que se arrolam por décadas certamente
enfrentará os efeitos colaterais. E este presidente que aí está é apenas mais
um papagaio que fala, fala, fala e resultados nessa área, nada. Tudo é apenas
uma farsa. Se melhorar o ensino público do qual os pobres têm acesso alguns se
sentirão incomodados. Quer mexer na caixa de abelhas, proíba a elite de ter
acesso às universidades públicas. O simples fato de criar o sistema de cotas
para negros incomodou a muitos.
O pior é que quando se
fala em má educação se tem à tendência de olhar só para os pobres esquivando-se
de olhar para os que estão no poder investidos de responsabilidades da qual
juraram um dia cumprir com fidelidade. Portanto, quem jura e não cumpre,
torna-se mentiroso e está escrito: "os mentirosos não herdarão o reino de
Deus."
Lembra-se quando FHC
estava no poder e chamou os aposentados de vagabundo e insatisfeito com essa
"pérola" disse também que quem não conseguisse produzir ia ser
professor. O que ele quis dizer com isso? Será que ele se incluiu? Será que foi
uma ironia ou comparação? Teria indiretamente chamado os professores de
improdutivos? E o finado Mário Covas? Na época em que os professores fizeram
greve, ele xingava e fazia gestos obscenos aos professores demonstrando total
desrespeito e falta de educação. E estes só chegam ao poder graças a uma
condição básica: saber ler e escrever ensinado por mestres. Parece ser essa a
marca do PSDB. José Serra também tem demonstrado más intenções. De novo as
traquinagens dos políticos do PSDB (Partido de elite).
Arlindo Chinaglia (PT-SP)
é outro que se aproveita do foro privilegiado para falar o quer, mas não quer
ouvir o que os outros pensam deles. Ele tem a intenção de processar o
comentarista Arnaldo Jabor por tê-los chamado de "canalhas". O
interessante é o tamanho da adesão, a união entre os deputados, todavia, o que
não se entende é porque razão isso não funciona para coisas que até o iletrado
sabe ser necessário fazer. A educação é um exemplo. Será que Jabor no programa
de rádio não foi, naquele momento, a boca do povo?
O "desaparecido"
apresentador de telejornal Bóris Casoy chamou na época o juiz Nicolau dos
Santos Neto de ladrão e, o lau-lau, sentindo-se ofendido quis processá-lo,
entretanto, o juiz julgou favorável ao apresentador justificando a decisão da
seguinte forma: o que Bóris disse, é o que o povo pensa e queria dizer,
todavia, ele se fez a boca do povo na ocasião. Há pessoas deseducadas em todos
os escalões, portanto, ainda é comum vermos patrões que assediam moralmente
seus funcionários; pessoas que abusam do poder; professor que usa prova como
arma, principalmente, quando o tal não vai com a cara do aluno. Provavelmente,
estes cheiram cocaína ou possuem insanidade mental ou bebem gasolina. Os que
assim se comportam são pobres de espíritos. Depois querem dizer que evoluímos.
O que se espera do estudo é que este abra a cabeça da pessoa, porém, o remédio
parece, às vezes, tornar-se veneno.
Agora, novamente, ouve-se
o burburinho dos profissionais da educação clamando por aquilo que lhes é
justo. São questionamentos (e reivindicação de mudança) como: os salários
baixos; a lei (injusta) 30/2005 que cria o SPPREV (São Paulo Previdência);
superlotação das salas de aula; falta de infra-estrutura nas escolas; falta de
funcionários; crescimento da violência; promoção automática e outras. Se
tivéssemos governantes sérios e que valorizassem a educação neste país o pedido
dos mestres seriam atendidos de imediato.
Como se vê há mal-educados
no poder que não dá para entender como chegam a ocupar determinados cargos e
estes, às vezes, são piores que os pobres como dizia, Bertold Brecht
(Analfabeto Político): "que os piores ladrões são políticos corruptos e
vigaristas".
Amarildo Brilhante é
professor e pós-graduando em Línguas e Práticas Pedagógicas em Comunicação e
Linguagem, Araçatuba/SP.
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