20/11/2010

O processo e a atitude



Quarta-feira - 04/04/2007 - 00h01

O processo ou o modo de conhecer pode se dar por duas vias: a transitoriedade ou de forma permanente. Daí, então, podemos dizer que o processo cognitivo caracteriza-se de forma progressiva ou regressiva.


Há formas de se conhecer o que está a nossa volta, sendo este conhecimento de forma teórica, prática ou atípica. Esse contato com o mundo real através da mídia, família, trabalho e relacionamentos em geral pode acrescentar escuridão ou nos levar a clareza acerca de algo.


Existe um provérbio latino que diz: A ignorância é sempre tolerante com a ignorância (ou um asno esfrega outro asno). As pessoas variam-se em nível de conhecimento e uma diferença está na busca, na exploração.


As pessoas da caverna (Mito da Caverna - Platão) viviam num mundo de escuridão, o que podemos chamar de ignorância. Todo processo de transição entre o não conhecer e o passar a conhecer pode exigir às vezes árdua atividade empírica.

Observe que, segundo o jurista Sílvio de Salvo Venosa, "dentro da sociedade o homem atribui valor a tudo o que o circunda. O homem que tem sede dará valor maior à água; o homem que não tem teto dará valor maior à morada; o homem abastado, a quem essas necessidades básicas não afligem, dará valor maior quiçá ao lazer, ao esporte, aos contatos profissionais etc. Ora, tais valores, isoladamente considerados, ainda se apresentam de forma estática; contudo, servem de estímulo para que o homem sedento procure água; para que o homem sem teto procure abrigo; para que o abastado procure algo mais dentro de sua escala de valores". O enfoque de conhecimentos e valores atribuídos a determinadas coisas são mutáveis. O valer só pode ser atribuído a partir do momento que se conhece algo. Se, por exemplo, em escavações alguém encontra uma pedra com antigos escritos da bíblia Sagrada em sua forma original e, todavia, não dá a mínima importância, ela por ignorar, por não conhecer destrói, menospreza etc.


Imagine uma pessoa com vida prisional. Lembre-se, portanto, que para ser prisioneiro de si mesmo não é necessário estar atrás de grades. Há pessoas aparentemente livres e que vivem presas. Normalmente, a pessoa de vida prisional não tem interesse em sair de sua caverna, uma vez que, entrou em contato com sua realidade, vivenciando e permitindo a si de ser escravo da não-busca de novos conhecimentos, novas fronteiras.


Dentro dos Estados brasileiros há realidades e conhecimentos diferenciados. Numa determinada região o pai pode oferecer a filha para um caminhoneiro. O que pode representar um meio de sobrevivência diante da selva que o cerca. Se estudantes de Direito do interior fossem à USP, poderiam sentir-se inferiorizados, porém, se forem a determinadas regiões como norte ou nordeste, talvez, seriam tratados como "reis". Disso resulta saber que as pessoas variam-se em nível de conhecimento, assim como, as cidades, os países. A resposta está na busca e na forma como se buscam novos horizontes. Pais, governos, escolas, professores, ou seja, a comunidade de forma geral precisa buscar respostas eficazes para os novos ou ainda antigos problemas sociais, educacionais, políticos, econômicos etc, que ainda persistem. Assim sendo, poderemos respirar aliviados, e quem sabe veremos o sol brilhar no amanhã.



Amarildo Brilhante é professor e pós-graduando em Línguas e Práticas Pedagógicas em Comunicação e Linguagem, Araçatuba/SP.


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