Quarta-feira - 04/04/2007
- 00h01
O processo ou o modo de
conhecer pode se dar por duas vias: a transitoriedade ou de forma permanente.
Daí, então, podemos dizer que o processo cognitivo caracteriza-se de forma
progressiva ou regressiva.
Há formas de se conhecer o que está a nossa volta, sendo este conhecimento de
forma teórica, prática ou atípica. Esse contato com o mundo real através da
mídia, família, trabalho e relacionamentos em geral pode acrescentar escuridão
ou nos levar a clareza acerca de algo.
Existe um provérbio latino que diz: A ignorância é sempre tolerante com a
ignorância (ou um asno esfrega outro asno). As pessoas variam-se em nível de
conhecimento e uma diferença está na busca, na exploração.
As pessoas da caverna (Mito da Caverna - Platão) viviam num mundo de escuridão,
o que podemos chamar de ignorância. Todo processo de transição entre o não
conhecer e o passar a conhecer pode exigir às vezes árdua atividade empírica.
Observe que, segundo o jurista Sílvio de Salvo Venosa, "dentro da
sociedade o homem atribui valor a
tudo o que o circunda. O homem que tem sede dará valor maior à água; o homem
que não tem teto dará valor maior à morada; o homem abastado, a quem essas
necessidades básicas não afligem, dará valor maior quiçá ao lazer, ao esporte,
aos contatos profissionais etc. Ora, tais valores, isoladamente considerados,
ainda se apresentam de forma estática; contudo, servem de estímulo para que o
homem sedento procure água; para que o homem sem teto procure abrigo; para que
o abastado procure algo mais dentro de sua escala de valores". O enfoque
de conhecimentos e valores atribuídos a determinadas coisas são mutáveis. O
valer só pode ser atribuído a partir do momento que se conhece algo. Se, por
exemplo, em escavações alguém encontra uma pedra com antigos escritos da bíblia
Sagrada em sua forma original e, todavia, não dá a mínima importância, ela por
ignorar, por não conhecer destrói, menospreza etc.
Imagine uma pessoa com vida prisional. Lembre-se, portanto, que para ser
prisioneiro de si mesmo não é necessário estar atrás de grades. Há pessoas
aparentemente livres e que vivem presas. Normalmente, a pessoa de vida
prisional não tem interesse em sair de sua caverna, uma vez que, entrou em
contato com sua realidade, vivenciando e permitindo a si de ser escravo da
não-busca de novos conhecimentos, novas fronteiras.
Dentro dos Estados brasileiros há realidades e conhecimentos diferenciados.
Numa determinada região o pai pode oferecer a filha para um caminhoneiro. O que
pode representar um meio de sobrevivência diante da selva que o cerca. Se
estudantes de Direito do interior fossem à USP, poderiam sentir-se
inferiorizados, porém, se forem a determinadas regiões como norte ou nordeste,
talvez, seriam tratados como "reis". Disso resulta saber que as
pessoas variam-se em nível de conhecimento, assim como, as cidades, os países.
A resposta está na busca e na forma como se buscam novos horizontes. Pais,
governos, escolas, professores, ou seja, a comunidade de forma geral precisa
buscar respostas eficazes para os novos ou ainda antigos problemas sociais,
educacionais, políticos, econômicos etc, que ainda persistem. Assim sendo,
poderemos respirar aliviados, e quem sabe veremos o sol brilhar no amanhã.
Amarildo Brilhante é professor e pós-graduando em Línguas e Práticas Pedagógicas em Comunicação e Linguagem, Araçatuba/SP.
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