25/03/2021

Governos imbecis, militares genocidas

Amarildo Brilhante

Se vocês observarem acusam Hitler de genocídio, o que é um fato claro, porém, retirem os militares que estavam em volta de Hitler e analisem. Hitler por si só teria matado quantos com sua própria arma? Então, os regimes totalitários como ditadura, comunismo, socialismo, fascismo, nazismo, se dão de que forma? Por imposição da força militar porque são eles que detém as armas. Logo, os maiores genocidas da história foram os militares que apoiaram governantes loucos e imbecis ao longo da história. Cumpriram o dever exterminando o próprio povo?


É fácil subjugar um povo desarmado. Agora coloque armas na mão do povo e veremos se o equilíbrio das forças e, o poder de fogo, se dá ou não uma luta mais igualitária. Embora a população não tenha armas químicas, nem tanques, nem aviões é muito mais difícil subjugar um povo armado e é aí que está o problema pelo qual a esquerda insiste em ver a população desarmada. Lula declarou que se reeleito novamente vai recolher as armas. Agora do desarmamento para cá quem foram as vítimas? Quem ficou refém dos marginais? A pessoa de bem. Aquele que acorda cedo e dorme tarde para levar o sustento para casa. Enquanto isso os bandidos ficaram armados até os dentes e os politiqueiros marginais de plantão, irresponsáveis, não providenciaram nenhuma ação concreta de combate ao mal que proliferou. Vale lembrar que no referendo de 2005 o povo votou SIM pelo comércio de armas e munições. É um direito do povo, a escolha deste direito foi ratificada pelo povo e isso não deve e não pode ser suprimido por nenhuma lei, nem por nenhum político. Qualquer governante que queira recolher as armas da população deve ser repudiado totalmente ou mehor nem ser eleito. 


Toda forma de subjugação se dá por um ou mais políticos utilizando-se das forças militares. Se os comandantes militares se unissem e virassem as costas para o governador o que ele faria? Ninguém ilhado faz nada. Numa guerra quando o cabeça é morto ou a guerra acaba ou ela enfraquece. Que falta de hombridade, impossível chamá-los de homens.


24/03/2021

Quando satanás julga, não há contraditório

O chão - Incelença!

O trono de satanás - Pois não!

O chão - Data vênia! Permita-me fazer uso da liturgia ainda que eu tenha pouco estudo. O

senhor estudou bastante, não é?

O trono de satanás - ( A vaidade entra, a sensação de poder incha o coração e a boca se

enche pra falar)

Estudei sim. Ah, olha eu fiz isso isso isso, eu sou isso isso isso ... sou o ministro da mais

alta corte do país… e se alongou em suas exibições.

O chão - Então aconselho o senhor voltar pra escola!

O trono de satanás - (Ele se perturba)

Como assim ? Por quê?

O chão - Porque até um analfabeto sabe quem é ladrão e quem não é. Jamais um

analfabeto soltaria o Lula e prenderia o xerife. Visse que foram vários os juízes que

analisaram o processo de Lula e o condenou. Inclusive, esta corte.

O trono de satanás - ( Se bufa de raiva pelas ventas, afinal um inferior lhe afronta, o deus

das trevas não pode ser questionado)

Sai daqui agora, senão eu te prendo pela lei de Segurança Nacional.

O chão - Tá vendo não disse que um analfabeto sabe mais. Tô indo, vou ali conversar com

seu Zé e dona Maria da faxina. Aprendo mais com eles.

O trono de satanás - Some daqui seu bolsonarista do caralho!

O chão - Minha pátria, meu chão. Aqui o comunismo não!

Neste instante o chão sai rapidamente da sala, tamanha fúria e desconforto que se deu no

trono de satanás.

Autor Amarildo Brilhante

20/03/2021

Imersão

 

        É preciso saber que, apenas domínio de conteúdos de escola e ter habilidades, não significa ter acesso a uma carreira de sucesso. Não é o bastante para garantir êxito. Na vida é preciso ter predisposição e fazer movimentos internos específicos que exijam de você imersão. É a imersão que te levará a superação de uma dificuldade inicial. Sendo assim, é possível compreender que a inércia não trará resultados, é preciso agir além de sonhar. É preciso autodirecionar a favor do que se quer sem desalinhar-se do foco principal. O contrário disso é caminhar a seu desfavor.

Mantenha-se sob imersão!

Autor Amarildo Brilhante

19/03/2021

Um dia pra lá de especial

O texto abaixo reflete a experiência de uma escrita coletiva.

Amigos Unifesp – 2021

Lá tinha. Lá no grupo tinha uma tal Luciene. Um dia calhou dela, muito simpática, prestativa, entregue ao algarvio, deitava-se em longas prosas. Era a foguete que agitava a todos, tinha a compulsão da maré em seus rebentos, não em raiva, desprendida a comunicar tudo que lhe vinha à mente naquele momento. Uma pessoa doce, apoquentava-se com alguns episódios ocorridos. E quem assim não o é no transcurso da vida. Uma bela quinta-feira deu início a uma longa conversa, tinha postado uma fotografia de pipocas brancas estouradas que deliciavam nossos beiços. O meu então nem se fala. Coincidiu de eu ter feito também pipoca naquela tarde. Uma tarde tranquila, sinalizava às 16h45. Elísio nosso menino serelepe do grupo atiçou-lhe com uma pergunta tipo aquelas, objeto direto. - Pipocou por aí, Lu? Disse ele. Havia um mistério, uma profundidade naquela pergunta. Pipocou poderia significar muitas coisas como aconteceu alguma coisa... Pipocou do verbo pipocar, um neologismo, talvez... ou pipocou de fez pipoca por aí tia Lu... a mais provável pensava eu. Estava meio letárgico naquela tarde, pensativo. Tinha acabado de pôr-me a mesa para dar início ao paulatino estudo.

Nem bem esfriaram os piruás na bacia, Lu, entre uma ou outra "palomita" (em espanhol), com o seu modo goiano de ser respondia que o dia estava no pipoco: apenas a pipoca trazia um pouco de alívio em meio à seriedade do estudo. Nada na vida é certo! Tudo pode acontecer. De repente, entre o estouro de um grão de milho, vem de Votuporanga uma sugestão que, penso, "embramava" tudo, ou "skoliava" aquele convite para - entre o sal que a língua sentia, o toque da cevada deixaria mais sabor entre os saberes sobre milho, pipoca ou piruás. Tim-tim!

A vida é festa! Um brinde! Simone se deixou guiar pelas lembranças de suas leituras literárias. Seus livros, sua escolaridade e literariedade: fez e postou a tarefa com muitos dias de antecedência! A cada dia de estudo, que parece um fardo, um Fardinho de cerveja.

E a mulher da terra do Pequi, que parecia só pensar no que pipocava, se prestou a fomentar um discurso bom que, entre grãos de milho, fios de alegria, fez brotar daquele cérebro inventivo do brilhante Amarildo, essa história! Que entra por uma porta e sai por outra porta! O que importa? Quem quiser que conte mais um pouco! Hehehehe

E se entra porta adentro vai logo se assustar. Tia Lu, é assim, vive a se comunicar. Cá distante nesta terra já nem milho quer plantar. Desde muito cedo, decidiu só estudar. Faz mil coisas ao mesmo tempo, vive louca a ladaiar. Pobre padre que perde de longe da ladainha que cá está. Tia Lu nasceu pra causar. Pipoca aqui, pipoca acolá, Simone ajuda a aliviar, o peso pesado do tal estudar. Elísio e Brilhante eu nem vou falar, é o bálsamo dos aflitos que se põe acalentar.

Que menina travessa, danadinha aquela tia Lu, sabia rimar, rimava muito, poderia até do slam participar. Ela nem se apercebia, mas era uma verdadeira slammer.   Todos rezavam para aquele lado mais agressivo não aparecer, botava fogo na casa e fazia o padre correr. Ela tinha muitas letras escondidas ainda a revelar. Era ouro enterrado, flor a desabrochar em plena primavera. Nem tudo é pedras, dores ou sal, tinha seus muitos méritos, entre eles o dedilhar em letras, escrever. Dizia Tiquita de peito cheio, amigo de longa data:  Vale ouro essa mulher! A Vilma correu a dar o ar da graça com seu coraçãozinho, deixando seus manifestos ofertados em amor. Muito amor, vindo de quem é um verdadeiro amor. Acenou como que dissesse no calor de quem vai perder o trem: - Oi gente, tô aqui viu! Amo vocês! Preciso ir. Onde foi com tanta pressa... hum. Era uma turma diferente, rente no batente!

Uns que riam outros que reclamavam, e a coisa andava.  A voz da Lu, marcava o silêncio do grupo, falta explicação, tutor, navegação, sei não... logo levantava outras. Guerreiros. Amarildo, Elísio, Simone, Nilceia... epa, tem gente. Povo inspirado, não tem Diário de Bordo, com limitações que os seguram. Duzentas palavras lá, quinhentas, setecentas aqui... sei lá, perdi a conta.

Mas como dizia meu amigo Elísio: O que importa? Quem quiser que conte mais um pouco! Hehehehe. E lá se foi a findar a nossa noite, esperançosos pelo novo amanhecer. Naquela noite estávamos realmente inspirados, e essa história dormitou em nós, pulsava aos poucos numa memória que jamais íamos esquecer. Assim como dormitavam águas do mar sob o efeito da calmaria, assim nós sem percebermos, éramos o broto, o resultado de um novo rebento de escritor. Éramos não só daquele grupo, mas daquela turma o rebento favorito! E quem quiser que conte mais...

 Autores:

Amarildo Clayton Godoi Brilhante – São Paulo

Cecília Honória dos Santos Pereira – Goiás

Elísio Vieira de Faria – São Paulo

Luciene Rodrigues Rroque Meier - Goiás

16/03/2021

Castro Alves, o poeta dos escravos - Rememorando.

Transcrição do vídeo: 

 "Oh! Bendito o que semeia / Livros à mão cheia / E manda o povo pensar! / O livro, caindo n’alma / É germe – que faz a palma / É chuva – que faz o mar!".

            14 de março é dia de relembramos nosso imortal e querido poeta baiano Castro Alves. Castro Alves é como o ébrio que nunca se cansa, nunca se cansa por ser tomado em seus desejos, nunca se cansa por estar completamente imerso em seus sentimentos, de boas doses em sua lírica, Castro Alves em seu autocentramento se descentrava no fulgor e primor de uma jovem, suas experiências arremetiam por vezes a um eu-lírico solitário, angustiado, ensimesmado como um monge tibetano frente ao seu oráculo, suas experiências em vida apertavam-lhe o peito, porém, como qualquer um a frente do seu tempo militava pela liberdade. Sua poética deitada em parte em seus enfrentamentos, mas a lida da voz que clama em seu desassossego pulsava em versos ora doces ora amargos. Não ter a mãe em seu regalo é como despir-se ao inverno, e ter o seu irmão em recusa a vida é como arrancar de si um membro.  Em 14 de março de 1847, nascia o baiano Antônio Frederico de Castro Alves, o poeta dos escravos. Castro Alves questionava o mundo e a si mesmo qual era o seu lugar neste cosmos valendo-se de seu eu-lírico. Suas armas eram uma pena, um tinteiro e um papel. Com elas em mãos defendeu varonilmente o negro de corpo e alma, mas faleceu jovem demais, aos 24 anos. Indubitavelmente, um grande poeta, colhido de forma temporã, mas que nos deixou o legado de sentir sua alma em seus versos. Um ferrenho abolicionista que não recuou em seus ideais de justiça e liberdade. Um tom panfletário, indignado e declamativo em suas temáticas abolicionista, política e social marca a sua poética. Sua apologia vinculava-se à República. Castro Alves tangenciado pela lírica do poeta francês Vitor Hugo tecia seus versos assim:


Lá na úmida senzala,

Sentado na estreita sala,

Junto ao braseiro, no chão,

Entoa o escravo o seu canto,

E ao cantar correm-lhe em pranto

Saudades do seu torrão ...


De um lado, uma negra escrava

Os olhos no filho crava,

Que tem no colo a embalar...

E à meia voz lá responde

Ao canto, e o filhinho esconde,

Talvez pra não o escutar!

..."Minha terra é lá bem longe,

Das bandas de onde o sol vem;

Esta terra é mais bonita,

Mas à outra eu quero bem!


Você acabou de ouvir um trecho de Canção do africano, de Castro Alves, que ficou conhecido como poeta dos escravos. Castro Alves viveu alguns dramas e ao ver os dramas de outras pessoas se posicionava como sujeito poético que ao olhar se esforçou literariamente provocando mudanças na sociedade. As poesias dele serviram a galvanizar a sensibilidade da época. 

E eu encerro com estes versos deste frutífero poeta:

Quando eu morrer... não lancem meu cadáver

No fosso de um sombrio cemitério...

Odeio o mausoléu que espera o morto

Como o viajante desse hotel funéreo.

 

Corre nas veias negras desse mármore

Não sei que sangue vil de messalina,

A cova, num bocejo indiferente,

Abre ao primeiro o boca libertina.


Ei-la a nau do sepulcro—o cemitério...

Que povo estranho no porão profundo!

Emigrantes sombrios que se embarcam

Para as plagas sem fim do outro mundo.

Trecho poético: Quando eu morrer, de Castro Alves.

Obrigado e um abraço a todos. 

Elaborado por Amarildo Bilhante


Caso queira assistir ao video, veja:






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01/03/2021

Meu doiro cabelo

Amarildo Brilhante

Em Portugal, aos seis anos, achava um charme aqueles salões luxuosos dentro da periferia. Aquele cheiro dos produtos que estavam a usar no cabelo das mulheres me davam tonturas. Pareciam nem se importar com tudo, bastava-lhe que saíssem belíssimas e que os elogios fossem o mais estonteante possível.

Ser criança negra era perceber-me as dificuldades que eu teria que enfrentar desde cedo. A guerra não se travava somente com o meu cabelo, mas contra os agentes sociais ferrenhos em seus olhares, davam-se aos cochichos quando não pela frente, pelas costas as línguas se desprendiam largamente da boca. Meu cabelo parecia chamar até mais a atenção que a cor de minha pele. Ambas estavam depositadas em uma cartilha cultural, a cartilha dos estereótipos, resquícios de colonização. Aquele olhar do outro sobre mim começava a me incomodar por duas razões: a primeira, será que Jesus era negro? Tantos abutres espirituais demonizados em pele de homens estavam a me odiar, era uma perseguição que parecia ser eterna, a segunda, será que me julgavam incapaz, a sobra de um ser humano, como a sobra de qualquer coisa e, que para pouco ou nada prestava. Descobri da forma mais dolorosa a segunda. Ela se deu nas ruas, escola e pelos passeios. Achava apenas que aquilo era coisa de filme, eu entendi que a personagem era tão somente eu e o filme era a minha vida, onde nenhum direito a voz tinha. Comecei então a escrever. Pus-me a arte de literar. Não estava disposto a aguentar a sofreguidão de meus antepassados. Outra geração, outro século, novo universo e, se eles não queriam mudar, eu pela força da caneta estava a transcorrer uma nova cultura. A cultura de que o negro é gente, que não somos maiores nem menores, todos somos e estamos em um planeta, em um corpo, vivemos num lar, temos um espírito e mente. Sujeitos as mesmas sentenças da natureza.

Somos massa corpórea feitos na mesma composição química que nos oferece o universo, ao ponto desta mesma composição se desfazer igualmente a todos. Aos corpos restam ser carcomidos pelos vermes e tornarmos ao pó como do pó viemos. Como dizia o poeta Manoel de Barros: Não estou indo em direção ao fim e, sim em direção às origens.

Bom seria na variedade aprendermos com as crianças, que a outra criança é apenas uma criança, com quem podemos brincar, cantar, contar e sonhar e que todos os dias podemos correr ao encontro, tão logo o astro sol nos convide a renovação da vida em cada amanhecer. A inquietação que me fadiga é porque, porque, o adulto não se mingua de suas maldades. Aos poucos tornei-me forte e entendi que ainda que não consiga mudar meus arredores, posso unir-me a felicidade dos poucos evoluídos espiritualmente e assim esperançosamente, na minha singularidade, seja apenas eu. Eu sou meu próprio estado, a consolidação de meus sentimentos, a independer se “meu cabelo é liso ou não, se black-tie, dreadlocks, rasta, cabelos crespos ou apenas black”.

O mundo é feito de cores e estações e seja qual for a política de minha identidade, ela irradia-se, tal qual, o raio solar, sou o que sou. E enquanto escrevo insisto e transmito minha mensagem de consciência política, I have a dream...

Autor Amarildo Brilhante

 Obs.: O texto acima possui intertextualidade com a autora luandense, Djaimilia Pereira de Almeida, livro Esse Cabelo.