27/05/2015

Balancete

Araçatuba, quarta-feira, 4 de julho de 2001

Amarildo Clayton Godoi Brilhante

Apagão, CPMF, Plano Nacional de Segurança, Banco Marka (empréstimo cedido por FHC), Luiz Estêvão, Nicolau dos Santos Neto, ACM, Arruda, Jader Barbalho, fome no Nordeste, privatizações. Usinas inacabadas gerando prejuízos (Jacuí I, Candiota III - Rio Grande do Sul, Angra III), Nike, futebol, CPI Eurico Miranda, mentiras, corrupção.

Isto é Brasil. Nosso lema: Ordem e Progresso. Ironia. Há muito tempo estão privatizados a ordem e o progresso. Seu dono chama-se FMI. A única ordem que tem prevalecido é a ordinal crescente da corrupção e o progresso das contas bancárias. Essa epilepsia política produziu um colapso energético. Como se não bastasse, assistimos ao STF dando parecer pela legalidade da sobretaxa, corte, racionamento. É claro que foi uma decisão política. Mandando o governo, quem impediria? STF? Todos que concordam digam amém. Amém.

Este é o cenário nacional. Senado e Governo Federal em descrédito. "O governo não cacareja". Cacarejar o quê? Sobre poucas feituras? Ainda bem que não somos movidos por energia elétrica. Senão morreríamos.



Amarildo Clayton Godoi Brilhante, professor, Araçatuba.

Religião

Araçatuba, quarta-feira, 2 de maio de 2001
Amarildo Clayton Godoi Brilhante 

Eis que a hora vem! Todos haverão de passar por ela. O Todo Poderoso disse quão terrível coisa é cair nas minhas mãos. Muitas pessoas têm dado respostas escusas para não ser participante ativo de uma igreja, ou seja, elaborando evasivas do tipo: Não vou a igreja porque aquele líder religioso é assim ou assado; ou porque há pessoas com quem não me bico, etc.

Obviamente, Jesus nos alertou sobre o aparecimento de falsos profetas. Mas devemos lembrar que na casa edificada por Salomão, filho de Davi, o Soberano de Israel disse: Os meus olhos estão voltados para esta casa e os meus ouvidos atentos à oração que se faz neste lugar. A igreja de Cristo é o chamariz para que o pecador arrependido se volte para ela e consiga a salvação de sua alma.

Portanto, amigo, não dê lugar às desculpas, pois assim fez Adão após ter pecado (caído) colocando a culpa na mulher Eva que Deus havia dado de bom grado a ele. E quantas vezes você não fez assim! Como anda seu casamento? E você, como está? Jesus Cristo faz parte do seu casamento? O cordão de três dobras dificilmente se rompe (Jesus + homem + mulher).
Que adianta trabalhar dia e noite se Jesus Cristo não edificar a sua casa? Pode a casa dividida permanecer em pé? Alguns têm arrastado o zoológico para dentro de casa. Sim ou não? Expressões como seu burro, anta, cadela, galinha, jegue, animal, etc. Isso certamente ofende e envergonha os bichinhos que nada têm a ver com a história.

Se isso acontece com você, é hora de mudar. Tome uma posição e chegue para próximo de Deus, porque ele quer te abençoar. Deixe o racionalismo exacerbado e o preconceito de lado; dê vazão para expandir a fé que há dentro de você. Se lhe falta a terceira dobra do cordão (Jesus Cristo), coloque-o hoje na sua vida, vá buscá-lo e o fim lhe será outro. Com certeza, totalmente abençoado. Até quando permanecerás vivendo de migalhas com um Senhor infinitamente rico?



Amarildo Clayton Godoi Brilhante, professor de Língua Portuguesa da Rede Estadual de Ensino. Araçatuba/SP

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Controle de armas


Araçatuba, terça-feira, 30 de agosto de 2005

Amarildo Clayton Godoi Brilhante

Em 2001, o Programa de Ação da ONU dá início ao Controle de Armas cujos países membros reportariam os problemas e o progresso alcançado em relação à violência armada por meio de programas. Dentre os países, sai à frente o Brasil no quesito destruição, controle e redução de estoques de armas. Daí termos um grande número de pessoas por todos os lados buscando estudar a violência armada, solucionar e apresentar propostas.


Há livros que merecem destaque: Controle de Armas, Luciano Bueno; A Importância do Microdesarmamento na Prevenção da Violência, Ignácio Cano; Guns and Violence: corrent controversies; The Politics of Gun Control, neste Sptizer aponta - como sabemos - prejuízos na área de Saúde e Segurança Pública, visto que, o controle das armas deve passar também pelo controle das drogas, bebidas alcoólicas etc. por se correlacionarem
.
Recentemente presenciei um discurso infeliz de um vereador na Tribuna (15/8/05), em Araçatuba, em que demonstrou total falta de domínio do assunto e conduziu a si mesmo por uma crença pessoal que não condiz com a realidade. Será que há algo de errado em se preocupar com milhares de vidas que se perdem anualmente? Em seu discurso expôs que o governo federal é demagogo (no que tange ao desarmamento), que deveria dispensar o referendo por meio duma canetada só e que o problema do desarmamento é o contrabando. O que não foi levado em consideração é que as pressões do lobby ocorrem de formas variadas contra o governo, dentre elas: dizem que o problema está no contrabando, que a proibição do comércio de armas é ineficaz para diminuir a violência, críticas diretas ao governo e pressões para rever a legislação de armas e outras. Eis alguns lobistas: Associações Pró-armas, Associação dos Delegados de Polícia (Adepol), Amadeo Rossi, Forjas Taurus, CBC, Imbel, Boito, Indústria de Munições Fiocchi etc.

É falsa a ideia de que o maior problema é o contrabando (art. 334 CP). Na Conferência sobre o Controle do Comércio Internacional de Armas Leves, derruba o mito de que o armamento dos bandidos seria, em sua maioria, estrangeiro, apontando que, pelo contrário, trata-se de problema interno (ver: Controle de Armas: um estudo comparativo de políticas públicas entre Grã-Bretanha, EUA, Canadá, Austrália e Brasil, Luciano Bueno, IBCCRIM, p. 213). Das armas apreendidas com criminosos em 80% de homicídios (estoque ilegal), segundo Ministério da Justiça 73% das armas que estavam em poder deles tinham sido legais um dia e de fabricação nacional, portanto, agrava-se o problema advindo de fatores internos.

A Polícia Militar apreende uma média de 3 mil armas/mês em todo o Estado. Em Araçatuba, o número de armas apreendidas vem caindo se compararmos os dados de 2000 a 2005. Em 2001, foram 265 armas o que hoje está abaixo de 200 armas/ano. Consta à Lei que as armas de fogo apreendidas uma vez que não tiver relação direta com um inquérito policial, ação penal ou findo a persecução penal, ela em 48 horas será encaminhada à destruição.

Evidentemente que o Estatuto do Desarmamento desestimulou a compra porque quem adquire uma arma quer portá-la consigo para em situação adversa utilizá-la. O objetivo das ONGs e da ONU é diminuir as armas em circulação. E como o porte (crime de perigo presumido ou abstrato) está proibido cabe ao Estado garantir à vida, a segurança dos indivíduos coibindo o crime, a violência armada e não ser "agente monopolizador da violência legítima" (Max Weber) nem pelo ato permissivo, nem pelo omissivo, nem pelo negligente.

Sabemos que a causa mortis no Brasil por arma de fogo é altíssima chegando a superar as guerras civis. Daí entendermos que a arma serve para matar e que, se o governo fosse permissivo quanto ao porte, a situação tornar-se-ia ainda mais incontrolável.

A proibição é uma forma de tentar resgatar o controle. Agora vemos como importante a proibição do comércio de armas e munições, pois quanto menor o número em circulação maior a possibilidade de controle. Por que então não se dispensou o referendo? Referendo faz parte de um país de sistema Republicano e regime Democrático.
Nos EUA, na reeleição de George Walker Bush, o eleitor no ato de votar respondeu a 22 perguntas. Isso lá é prática enquanto no Brasil engatinha. A decisão de votar no SIM (número 2) está em suas mãos em 23 de outubro.

O gasto com o referendo é pífio se levarmos em consideração que o governo pode lucrar futuramente com a diminuição no tratamento às vítimas baleadas. Todavia registro que não sou filiado ao PT e nem votei em Lula. Minha visão é, portanto, suprapartidária.

Assim sendo, se ser demagogo é preocupar-se em diminuir a criminalidade e preservar a vida, então, prefiro ser demagogo junto ao governo. Será que o vereador nunca foi demagogo?


Amarildo Brilhante, professor, pós-graduando em Línguas e Práticas Pedagógicas em Comunicação e Linguagem, é coordenador da Campanha de Desarmamento pela ONG Rede Cidadania em Araçatuba. E-mail: amarbrilha@ig.com.br.

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Desarmamento final

Araçatuba, quarta-feira, 5 de outubro de 2005

Amarildo Clayton Godoi Brilhante

Se o cidadão araçatubense fosse convocado a participar hoje de uma passeata sobre o desarmamento, eu me decepcionaria com o número de participantes? Por que as pessoas parecem estar passivas e indiferentes frente às causas sociais esperando que elas resolvam por si só? Alguns criticam o alto índice de violência armada e querem resolver a situação permitindo o comércio de armas, estranho não? Por que os defensores da arma não apontam soluções e se unem para minimizar a criminalidade que assola o Brasil?

Este se encontra em 2.º lugar em homicídios causados por arma de fogo. É bom que se diga que o custo econômico com o tratamento das vítimas baleadas é alto e onera o Estado. A verdade é que o excessivo apego aos bens materiais leva estas pessoas a se comportarem assim. Muitas delas são egoístas, não fazem uso da empatia e muito menos sabem o que é sinergia a não ser quando tem interesses pessoais em jogo.

Barbosa Lima Sobrinho, falando de ética para a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), disse na ocasião: "Todas as vezes que me chamaram, eu sempre disse presente. Nunca em causa própria, mas sempre em causa pública". É esta disposição que falta a muitas pessoas.
Quando santo Agostinho disse que "as duas filhas da esperança são: a indignação e a coragem", percebe-se que alguns estão indignados com várias coisas, mas quando são chamados a participar, ser colaborador, militar em torno de uma causa, aí lhe falta coragem. Dão desculpas como: não posso, não tenho tempo, fica para a próxima, coisa típica de perdedores e de pessoas sem ideais para sua cidade. E sem coragem não se muda nada.

Em vários lugares desse país existiram debates, setores se mobilizando. Externo o meu respeito ao jornal Folha da Região que desde o começo tem se preocupado em dar cobertura ao Referendo e à Campanha do Desarmamento e em conscientizar a população. Parabéns! É de veículo comprometido com os ideais do povo e da democracia que precisamos.
Votar NÃO (número 1) é deixar de fazer algo por esse país. Votar SIM (número 2) é tentar, é buscar novos caminhos a fim de minimizar o uso de arma de fogo, é conservar a esperança de que a situação pode mudar. O que estamos fazendo ou deixando de fazer por essa cidade ou país? Continuaremos empilhando os mortos? Vamos matar uns aos outros sob a alegação de que o estado não dá segurança e que tenho a liberdade de ter armas para matar?

Hitler de posse da tecnologia da qual dispôs fez um mal ao mundo e alguns silenciosamente fazem mal todos os dias. Antes de essa violência armada existir, ela aconteceu lá atrás quando mataram o sonho daquele jovem dizendo que ele não ia dar em nada.
Fecharam muitas e muitas vezes as portas para ele, não oportunizaram seu talento e, por isso, com o tempo o brilho em seus olhos foi sumindo e ele começou a frustrar-se e odiar toda a sua vida e depois de odiada a sua vida como é que ele amará o próximo, sendo que ele mesmo nunca foi amado.

Quantos não são os pais que dizem: seu burro etc., que mandam o filho comprar bebida alcoólica e cigarro no bar e depois querem um filho exemplo. São adolescentes que passam por tal situação ou semelhante que futuramente serão contados nas estatísticas da violência. Diminuir o número de armas é fundamental.

É engraçado notar que alguns defendem o uso de armas sem tê-las e vão passar a vida toda sem armas, ou seja, defendem aquilo que não vão usar. Seria ilusão pensarmos que a Campanha do Desarmamento do governo federal vai desarmar bandidos.

A indenização de R$ 100,00 a R$ 300,00 é apenas um incentivo para que as pessoas devolvam as armas. Quem foi que disse que o "cidadão de bem" armado é o primeiro a dar o tiro numa situação de conflito? Se isso acontecer será que essa pessoa está técnica e psicologicamente pronto para matar alguém? Em suma, só há governo ruim para povo desorganizado. A população de Araçatuba dormita. Desperta, tu que dormes!


Amarildo Brilhante, professor e pós-graduando em Línguas e Práticas Pedagógicas em Comunicação e Linguagem, é coordenador da Campanha de Desarmamento pela ONG Rede Cidadania em Araçatuba. E-mail: amarbrilha@ig.com.br 

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Televisão



Araçatuba, sexta-feira, 25 de maio de 2001

Amarildo Clayton Godoi Brilhante

Embora o avanço científico-tecnológico tenha contribuído para o bem-estar do homem, ele, em pleno século XXI, comporta-se como pigmeu quando se trata de moralidade.
A TV Tupi do Rio de Janeiro foi inaugurada oficialmente em 20 de janeiro de 1951. O primeiro beijo da TV "foi um beijinho insosso, de boca fechada", disse Walter Foster, ator. Consequentemente, inúmeras cartas de protestos chegavam à emissora dizendo que a "imoralidade ameaçava os lares brasileiros".
 
Talvez, naquela época, isso fosse amedrontador e destruidor para as famílias. E hoje, será que um beijinho insosso contentaria o telespectador? Que tipo de telespectador temos? O que adere aos 90% "lixo" que é prejudicial a nossas crianças que ainda não têm sua mentalidade formada? Ou o seletivo, que não entrega os pontos ao ibope acerca daquilo que é nocivo.

Existem muitos programas com ares de bons, porém, no seu bojo, ocultam muita coisa. Estamos entrando para última geração de letrados. Pessimista? Quiçá? Ocorreu-lhe que para assistir tevê não é necessário leitura, muito menos força-nos a pensar? Defender o retorno da censura seria tolice, e isso não é saudosismo.
Observe o que Rachel de Queiroz disse: "...Pena é que o nivelamento se tenha feito tão por baixo. Pois os padrões linguísticos impostos pela TV (...) nem sempre são aceitáveis e às vezes são chocantes. (O Estado de S. Paulo, 5 de abril de 1988).
 
O que seus olhos têm visto e seus ouvidos, ouvido? Balbúrdia, basta! Comportar-se tacitamente? Ser conivente? A princípio "todo poder emana do povo", porém, não me lembro de delegar poderes a ninguém para que a pornografia, prostituição, adultério, aborto, violência, homossexualismo, etc, adentrem em meu lar.
 
Alguém talvez pense que isso seja conservadorismo, purismo e tantos "ismos"; não é! É facilmente observável o domínio que a televisão provoca pelo seu exercido magnetismo. Ademais, causa uma dependência psicológica. As pessoas quando são privadas de assisti-la têm um sentimento de perda. Pesquisas já revelaram isso.
Quando a televisão surgiu, eram poucos aparelhos em São Paulo, apenas 200. No ano seguinte, saltou para 375, que eram colocados em pontos estratégicos, como Jockey Club, Praça da República...

Hoje, se não lhe preocupa o humanismo secular e existencialismo imposto sutilmente, cuidado! A vítima iminente pode ser seu filho, e tudo que você tem a fazer é esquecê-lo em frente à TV.
Acreditar piamente no potencial criativo do brasileiro é demasiadamente bom, mas vê-lo aplicado limpidamente sem apelos para palavras de baixo calão, mulheres nuas e seminuas, cuja finalidade é persuadir o consumidor para o consumo de seu produto, é algo execrável.

O padrão de família descrito por Michele Pierrot mudou muito, e o atual o que será?


Amarildo Clayton Godoi Brilhante, professor na Rede Pública de Ensino.

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Segurança Pública




Araçatuba, quarta-feira, 21 de setembro de 2005
Amarildo Brilhante

Jesus Cristo, Martin Luther King, Mahatma Gandhi foram homens de paz. Quando Pedro, homem de espírito inconstante, se dispôs a fazer uso da arma (espada) numa situação de conflito, imediatamente foi repreendido por seu Mestre, sob a pena de que os que a usam, por ela serão vitimados. É o que acontece com os jovens que entram para o crime. Dizimam-se e na maioria das vezes são da mesma comunidade e não passam da segunda década de vida.
Para se ter ideia, os índices de homicídios envolvendo crianças e adolescentes são de 16 mortes/dia na faixa etária entre 15 e 18 anos, num total de 14 a 16 mil mortes/ano. Os estados mais violentos nesse caso são Rio de Janeiro, Espírito Santo e Recife. Segundo o Ministério da Saúde, a violência letal perde apenas para mortes por doenças do aparelho circulatório.

Há motivos para a escalada da violência, dentre as quais: a acessibilidade às armas de fogo, alto grau de impunidade acompanhado das deficiências do sistema de justiça criminal com baixas taxas de resolução de crimes, escassa capacidade de ressocialização dos presos, urbanização acelerada e estruturas socioeconômicas possibilitadoras de ampla desigualdade (exclusão social). Nesse contexto, desconfortável e terrível, surgem os tendenciosos ao uso de armas buscando a autodefesa como forma de superar uma deficiência governamental.
Nessa sanha de justiça querem se possível armar-se até os dentes. Aí teríamos mais um grupo (possível situação de guerrilha) disposto a matar e a morrer, portanto, seriam três nessa loucura frenética: a polícia, os bandidos e a população. Imagine uma sala de aula com todos os alunos e professores armados. Quem tiver a melhor arma e sacar primeiro numa situação de conflito se dá bem.
A Segurança Pública sempre foi questionada pela população, assim como, a Saúde e a Educação, porque a população quer melhorias quantitativas e qualitativas. No caso específico das armas temos dois distintos grupos: um que faz parte de uma elite econômica e intelectual e o outro desprovido dessa benesse, em desvantagem. A verdade é que ambos buscam o mesmo ideal: segurança e paz. Uns a querem com armas, outros sem armas.
Para que a Segurança Pública aumente seu conceito confiança é preciso passar por uma reformulação em seus métodos de combate à criminalidade e, também, que os governos se coloquem à altura dos ideais da população, pois esta clama por leis que funcionem para todos (inclusive políticos sorrateiros, bandidos), projetos sociais eficazes na desmarginalização de jovens, combate efetivo às drogas e ao tráfico de armas.
Deve haver tolerância zero com agentes públicos envolvidos com o desvio de armas, com drogas ou qualquer ato corrupto. É repudiável que o Estado vacile no controle e segurança das armas apreendidas que devem ser encaminhadas à destruição. Armas que jamais devem voltar a circular nas ruas. Esse é um peso, um medo que paira na mente das pessoas de bem.
Coibir a criminalidade é competência exclusiva das polícias, forças estas representativas da qual o Estado dispõe. A Segurança Pública representada pelas polícias no Brasil deve ser para evitar a violência (armada ou não) por meio de um trabalho de prevenção, repressão, infiltração e, principalmente, inteligência e não provocar baixas exterminando (sob a alegação de autos de resistência) como aconteceu no episódio de Campinas amplamente noticiado em cadeia nacional através das imagens (3/9/2005) em que um policial segura o delinquente pelo braço e dá um disparo à queima-roupa.
Truculência esta que deve merecer o repúdio da população e não o aplauso. Com essa cultura do ódio e da morte corre-se o risco de ganhar a aversão de determinados setores. Lembra do caso da favela Naval? Ora, se a polícia é órgão representativo do Estado e, então, ela extermina, logo, o Estado é o agente monopolizador da violência, assim como o porte de armas. Se o Estado permite o uso de arma (porte) e ocorre um crime decorrente dessa permissividade, então, o Estado tornou-se agente monopolizador da violência. Atualmente, a lei proíbe o porte de arma de fogo conceituando como crime inafiançável. É preciso política pública para moderar o uso da força e não fomentá-la ainda mais.
A partir de 1.º de outubro teremos os favoráveis e os contrários às armas na mídia e não em 23 de setembro como citou o dr. Jorge Werthein em seu artigo ("A hora da verdade", página A-2, da edição de 14/9/2005). Em 23 de outubro a decisão de votar no número 2 (SIM) proibindo o comércio de armas está em suas mãos. Que Deus abençoe o Brasil!

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Amarildo Brilhante é professor em Araçatuba. E-mail: amarbrilha@ig.com.br

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26/05/2015

Abaixo a CPMF

 Texto escrito em 08/06/2007

Sob qual perspectiva se deve olhar para o nosso país? Já ouviu falar em emendas? O Brasil no que tange a certos aspectos parece estar descarrilado. E as questões que estão fora do lugar precisam ser colocadas novamente no trilho. A CPMF é uma dessas questões, pois quem dentre a população tem contribuído com alegria. O sistema contribuição provisória ao que tudo indica foi criado estrategicamente porque se você contribui entende-se que é de livre e espontânea vontade o que diferencia do imposto, das taxações que são atos imperativos.
Já a emenda seria um ato reparativo ou complementativo duma lei, pois as transformações sociais e os fenômenos são inevitáveis. Há decisões do Estado representado por seus órgãos ou poderes ou agentes que acabam se contrapondo a Constituição. O caso CPMF é um entre tantos exemplos que evidencia um desvio de finalidade, assim sendo, caracteriza deslealdade (ver: EC 21/99 e ADIN 2031 – O STF entendeu na época como repristinação e não uma prorrogação). Trocando em miúdos a palavra prorrogação seria nada mais, nada menos que um desajuste gramatical. Portanto, para o Supremo Tribunal Federal é válida a repristinação quando se confrontam uma emenda e uma norma hierarquicamente inferior. A lei é um produto da vontade do povo e o que sempre se esperou e se espera ainda com os tributos pagos é que retornem em forma de qualidade de vida. A CPMF não respeitando o princípio para o qual foi criado torna-se um tributo altamente reprovável, esdrúxulo, um assalto ao bolso do trabalhador. Uma pessoa, por exemplo,  que  movimenta em sua conta corrente um valor de R$ 1.262,48 terá descontado R$ 4, 78 (levando-se em consideração a alíquota de trinta e oito centésimos por cento). Assalto porque nos é tirado a força por meio de uma delicadeza chamada contribuição. E se você contribui a priori não há o que reclamar, pois aqui não é imposto. Não há o que se cogitar de uma alíquota pequena. Esta onera mais a classe proletária porque não existe isonomia. Um Estado quando se porta deslealmente tem contrapartida, em sua maioria, um povo desleal que sonega impostos, que burla o sistema. O Estado leva uma fatia significativa de pelo menos 40% do nosso trabalho.O que daria aproximadamente 4 meses e 26 dias de trabalho só para tributar aos cofres públicos. Só em 2005 a arrecadação com a CPMF foi de um montante “insignificante” de 30 bilhões e, em 2006, 32 bilhões e a previsão para 2007 é algo em torno de 36 a 37 bilhões. Como se vê um osso difícil de se largar. O que não se pode conceber é que o governo tenha como função precípua o assistencialismo a fim de arrebanhar votos para si ou seus sucessores. Portanto percebe-se um vício e como todos sabemos vício pressupõe dependência. Se este imposto acabar como ficaria a administração do Estado para as questões mínimas que são educação, saúde e segurança. Há uma solução para se voltar a arrecadar com a queda da CPMF que seria a arrecadação sobre grandes fortunas, mas antes é preciso definir com exatidão o que é grande fortuna.
Importa saber e lembrar que o surgimento da CPMF se deu com o médico Adib Jatene no governo Fernando Henrique Cardoso que gostou da idéia e aproveitou para outros fins que não a saúde pública e quantos ainda hoje gemem nos hospitais por falta de condições dignas. Para onde vai tanto dinheiro? Será que para a manutenção da corrupção? O Brasil tem mostrado sua cara com sucessivos escândalos envolvendo pessoas de alto escalão dentro dos respectivos poderes. E pensar que é apenas a ponta do iceberg. Quem dirá se for revelado tudo que está oculto?  O poder entorpece os sentidos.
Toda a manifestação para coibir essa prática legalizada por meio de subterfúgios é bem-vinda, no momento, pois não se pode aceitar a continuidade desta CPMF que  tornou-se uma aberração. Precisamos enterrar a CPMF e o momento é agora para todas as entidades de classe se manifestarem contra, ou caso, estejam gostando de contribuir deixar como está.

Amarildo Brilhante, professor, pós-graduando em Línguas e Práticas Pedagógicas em Comunicação e Linguagem e membro da ONG Rede Cidadania em Araçatuba. Contato:  amarbrilha@ig.com.br

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