13/11/2019

Jogral - A Alma não tem cor

Amarildo Clayton Godoi Brilhante




E agora José?

E agora Maria?

São muitas Marias...

São muitos Josés ...

São muitas Martas

Martas negras, Martas brancas

Que põem este Brasil a frente

São as Martas que acordam cedo, 
dormem tarde

São os Josés que acordam cedo, dormem tarde

São as Martas, Marias e Josés que carregam nas costas este país

Ali (lá) vai o branco

Ali (lá) vai o negro

Branquinho negão

Negão branquinho

Frutos da miscigenação

Lavai e que cor ficam?

Lavai as almas e que cor ficam?

A alma não tem cor

Escravidão não!

Liberdade sim!



As mucamas hoje não têm cor

São tintas e retintas

Abaixo

Abaixo

Abaixo a ditadura!

Abaixo a ditadura social

Ditadura do preconceito

Diga não ao racismo

A escravidão no Brasil não foi só com o negro

Índios escravizados

Abaixo a força das armas!

Armas de dominação

Abaixo a força da língua

Abaixo a força do preconceito

Preconceito racial que não se estende só aos negros

São árabes, são nordestinos e todos os outros

Frutos da sua intolerância

Cultura negra, cultura branca

Joguemos fora as máscaras do disfarce.

Autor:  Amarildo Brilhante

* O texto possui intertextualidade com a música de Chico César e o poema de Carlos Drummond de Andrade.

https://www.letras.mus.br/chico-cesar/89475/

http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond14.htm
Amarildo Brilhante é escritor, professor e palestrante. Formado em Direito, Letras, Pedagogia, Técnico em Informática, Técnico em Contabilidade.  
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