03/09/2015

A Crise


Araçatuba, quinta, 03 de setembro de 2015.

Amarildo Clayton Godoi Brilhante

Quem nunca vivenciou algum tipo de crise? Existe crise? Sim, para a plebe ela sempre existiu. O pobre nunca saiu da mesmice, nunca tirou os pés da lama. A dificuldade, os problemas, a dor é uma constante na sua vida. Todavia, os ricos também não estão isentos de situações adversas.

Há vários tipos de crise das quais se pode citar algumas delas: crise de ansiedade, crise existencial (psicológica), crise econômica, crise política, crise de nervos, crise de saúde, crise social, crise empresarial, crise na adolescência, crise aos 40 anos, crise do paciente, etc.  

Neste mundo que tanto nos assola a crise pode ser intensa, efêmera, real ou até mesmo fictícia, aquela simulada em nossa própria mente por medo. Todos quando ouvimos falar em crise nos arrepiamos, por que não queremos vivenciá-la, seja ela de que tipo for, porém, é natural que qualquer crise quando chega até nossas vidas traga uma mudança repentina e nos coloque em xeque uma vez que a tendência é nos fazer perder o controle, abalar nossas emoções acarretando inseguranças e provocar estresse. A crise a princípio não deveria ser em hipótese alguma um processo e sim apenas uma fase, visto que processo é aquilo que perdura no tempo sem limitação de tempo, já a fase passa. As incertezas arroladas por uma crise, suas consequências sejam elas quais forem quando chegam, num primeiro momento, não se pode determinar como será o seu fim. Devemos submetê-la a análise da sua eficácia e possíveis consequências.

Sábio são aqueles que extraem da crise oportunidades, eles criam, a crise neste caso específico torna-se para eles uma aliada que os impulsiona para o sucesso, enquanto outros apenas amadurecem. Ela não se constitui só em episódios negativos. O aprendizado que permanece, pós crise é um aspecto positivo.

Ainda que sejamos preventivos o imprevisível pode nos bater à porta. São as surpresas da vida. Porém, a prevenção é um remédio com o fim de evitá-la, mas sua eficácia nunca é 100%.

Os tempos de crise nos impõe uma situação a ser transposta. Sem dúvida que tais tempos causam ansiedade e instabilidade, afetam o equilíbrio, criam mudanças súbitas, dificuldades, podem afetar desde um indivíduo, um grupo, uma instituição e até mesmo países chegando a comprometer o desenvolvimento e em sua magnitude nos furta o tão precioso sono.

Mesmo que seja um fato ou uma circunstância, a crise é a ruptura de um processo normal que deixa suas marcas de um antes e um depois da crise. O que se espera é que ela vá embora, ao menos essa é sua tendência.
Viver a vida toda de pobreza não deixa de ser uma crise permanente que se impõe às vezes contra a nossa vontade, pois é como se remasse, remamos, remamos, remamos e parece que não saímos do lugar e assim vamos até o fim da vida. Viver a dor dos insucessos, dos males que nos provocaram é sem dúvida uma crise. Tudo tende a passar nesta vida, mas é fato que a aflição, a angústia e as incertezas são problemas trazidos pela crise de imediato. Dependendo do tipo de crise seus efeitos colaterais podem ser mais ou menos intensos, é como o remédio tomado inapropriadamente. A crise nem sempre consegue a quebra da riqueza, mas pode abalar.

O modus operandi dos agentes políticos podem dar margem ao surgimento de uma crise ou esquivar-se dela tornando o caminho de todos menos penoso e equilibrado. As revoluções comumente nascem em meio a crises que geram desequilíbrio em profundidade. A crise política, por exemplo, pode levar o governo a perda de legitimidade e isso corresponde ao não reconhecimento pelos seus governados. Quando esta aparece uma das saídas adotadas pelos governantes é a resolução por meio de acordos. 

Já a crise social que é aquela que afeta a estrutura da sociedade e seu impacto pode ser grande, pois o que se nota aqui é a ausência de valores positivos onde se tem o cada um por si, o individualismo fortalecido, em evidência, a saber um egoísmo exacerbado.

Enfim, assim caminham as crises na adolescência onde o ser tem dúvidas em seu próprio interior e seus interesses mudam. Uma pessoa que vive o dilema entre vida e morte é acometida pela angústia motivada pela crise e assim se vai, afinal crise é crise, não! Suas marcas marcam presença de fato.

Amarildo Brilhante, é professor, escritor e palestrante. Formado em Direito, Letras, Técnico em Informática, Técnico em Contabilidade. Araçatuba /SP. Contato: e-mail: amarbrilha@ig.com.br


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