Amarildo Brilhante
Estavam ali. Olhos
atentos. Corriam como uma máquina de escrever. As folhas balançavam-se ao vento
de um ventilador. Por vezes acomodava-se a cabeça à mão e o cotovelo à mesa,
num descansar como se estivesse cansado. Mexiam, remexiam-se num desassossego como
quem dissesse: estou cansado, fadigado, exausto. A inquietação o consumia. Em
sua mente perpassava o pensamento: não vejo a hora de terminar, preciso acabar.
O processo é longo, é duro, é por demais incômodo.
Melhor me é brincar,
estar na feira comendo pastel, estar na rua papeando ao ar, perambulando,
rodopiando como quem não quer parar. Melhor me é brincar, brincar e brincar,
sorrir e cantar.
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