04/02/2021

Apoquentando-se

 Amarildo Brilhante

Estavam ali. Olhos atentos. Corriam como uma máquina de escrever. As folhas balançavam-se ao vento de um ventilador. Por vezes acomodava-se a cabeça à mão e o cotovelo à mesa, num descansar como se estivesse cansado. Mexiam, remexiam-se num desassossego como quem dissesse: estou cansado, fadigado, exausto. A inquietação o consumia. Em sua mente perpassava o pensamento: não vejo a hora de terminar, preciso acabar. O processo é longo, é duro, é por demais incômodo.

Melhor me é brincar, estar na feira comendo pastel, estar na rua papeando ao ar, perambulando, rodopiando como quem não quer parar. Melhor me é brincar, brincar e brincar, sorrir e cantar.

 Amarildo Clayton Godoi Brilhante é escritor e membro da Academia Araçatubense de Letras.

 

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