Amarildo Brilhante
Nossa casa ambienta-se em uma conexão globalizada que deixa evidente tais
diferenças para além do habitual que estamos acostumados a ver. Pouco importa
se no simples ou complexo, se ela encontra-se no modo em como as pessoas se
vestem, no comportamento, na instrução escolar, religião, ou em suas
preferências sexuais. As diferenças decorrem da falta de igualdade. Somos
iguais em parte, ao mesmo tempo que ninguém é igual. Entre estas o primordial é
saber lidar com as diferenças. A intolerância é a não aceitação do outro, é o
nivelar por cima, é a preponderância do instinto de superioridade sobre o
outro, é querer que o outro seja a cópia de quem supõe ser a perfeição. O
indivíduo que age desta forma atribui a si uma característica em que os demais
deveriam segui-lo por entendê-la como sendo a mais correta dentro de seu
arcabouço individual. É preciso muita cautela, o bom para o outro pode não ser
o melhor para mim. É um nível que se aplica bem a um cálculo, a um objeto, mas
não a comportamento humano. A palavra de ordem na convivência é o respeito. A
harmonia se dá quando existe o entendimento e a prática na busca de igualdade
de direitos e deveres, dentro dessa diversidade.
Cada ser tem o seu pensamento estruturado em diversas variantes. O
importante é que o ódio morra antes do desconhecido prevalecendo à luz ante as
trevas, e que, o conceito não se antecipe ao conhecimento. Em tese a confusão é
gerada pelo desconhecimento, pela falta de confiança, pela dúvida, pelas
palavras malproferidas, pela inveja, pelo preconceito. Há iguais e diferentes,
iguais que convivem, diferentes que se amam. É pela singularidade de um e pela
pluralidade de muitos que vamos crescendo. O sol é sempre sol, mas nem sempre
dá o ar da graça em seu intenso calor, pois o tempo muda embora seja o mesmo.
São caminhos a escolher, regras e verdades,
atos e escolhas. A essência nas relações humanas não se faz em um único
tom.
Respeitar é uma prática de amor a si e ao outro. Nem sempre é uma tarefa
fácil a prática, pois há pessoas extremamente difíceis de lidar, nada palatáveis.
A aceitação a mudanças é um processo de abertura, é a ruptura entre o antes e o
que se descortina. Toda aceitação deve ser submetida a uma avaliação das
variantes, sua viabilidade. Quem respeita compreende o outro como sendo o
outro, logo, acordar todas as manhãs com uma boa dose de bom humor, de
paciência, de tolerância, de sinceridade, de perdão, de alegria, de empatia, de
honestidade e amor no coração, não faz mal a ninguém. Comece se autorrespeitando,
revendo seus conceitos. Um exercício com atitudes simples pode não mudar a sua
vida, mas pode melhorar a de muitos. Não fique preso a busca por admiração e
aplausos, apenas faça e deixe fluir o espetáculo antes que a cortina se feche,
pois o verdadeiro aplauso está do outro lado onde nem ousamos imaginar. O barco
ruma para o mesmo lugar, o fim.
Amarildo Clayton Godoi Brilhante é escritor e membro da Academia Araçatubense de Letras.
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